Mau tempo assola Matutuine e causa destruição e prejuízos económicos
Mau tempo na Província de Maputo. Muita chuva, granizo e trovoada deixou um rasto de destruição. A tarde da última quinta-feira teve registo de um vendaval que deixou igualmente uma marca indelével para os habitantes do posto administrativo de Catembe-Nsime, em Matutuine. Em três minutos houve destruição. Dados provisórios do governo distrital apontam para existência de 192 famílias afectadas das quais 11 vulneráveis. Chapas de zinco usadas para cobertura voaram e espalharam-se por todo lado.
Um muro de vedação acabado de construir não escapou à fúria dos ventos fortes. O sector de educação foi dos mais afectados, sete salas de aula ficaram total e parcialmente destruídas. E quem viveu de perto a situação relata cenários trágicos. Dinis Sabonete, estava em sua casa quando o vento começou, conta que “tudo foi rápido, houve muito vento, levantou chapas e deixou cair muros”.
Um momento de pânico é assim que caracteriza o professor Renato Faquir, que foi apanhado pelo vendaval enquanto estava na paragem à espera do transporte para seguir a cidade de Maputo. Ele conta que “nunca vi vento assim, tive de me abrigar numa árvore, o vento era forte”.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) já se deslocou a Catembe-Nsime e está no terreno a dar assistência às famílias afectadas. “Apoiamos as pessoas mais vulneráveis, temos arroz, conservas, sabão, tendas incluindo redes mosquiteiras e já estamos aqui a montar as tendas”.
O administrador de Matutuine, Artur Andrice Muandula, esteve no terreno a fazer o acompanhamento das actividades de assistências e diz ser necessária a união de esforços entre o governo e parceiros para repor a normalidade da vida nas comunidades afectadas pelo mau tempo. “A todos aqueles que efectivamente possam apoiar neste momento é importante. Foi uma situação inesperada. Exortamos a todos para que possam ajudar não só em material de construção, mas também com produtos alimentares que possam minimizar o sofrimento das pessoas”.
O Sector da avicultura foi severamente afectado em Matutuine, 60 mil aves morreram em consequência dos ventos fortes acompanhados de granizo e chuva torrencial. Os pavilhões estão sem cobertura, no interior dos aviários vê-se pintos tombados no chão, que serão incinerados. A magnitude das destruições são enormes, de tal forma que Luís Campos diz ser uma incerteza o futuro.
“Os prejuízos são enormes. Vamos ver, não sei se continuo, depende de muita coisa, a minha vontade é essa mas tenho que parar e pensar mas com certeza os meus trabalhadores vão ficar comigo não tenho dúvidas disso”. Eram declarações de Luís Campos, que teve seus empreendimentos afectados pelo mau tempo.